18 de junho de 2012

TROVA # 8

PAUL McCARTNEY: 7.0 DE POTÊNCIA MUSICAL
Sir Macca
“You'd think that people would have had enough of silly love songs.
But I look around me and I see it isn't so.
Some people wanna fill the world with silly love songs.
And what's wrong with that?”


“Você achava que as pessoas já se cansaram das canções tolas de amor
Mas eu vejo por aí e entendi que não é bem por aí
Algumas pessoas querem preencher o mundo com canções tolas de amor
E o que há de errado nisso?”
(Paul McCartney se dirigindo ao ex-parceiro John Lennon em “Silly Love Songs”
– no original e em tradução nossa –, clássico dos Wings de 1976)

Caro Sir Paul,

Antes de qualquer coisa, gostaria de te esclarecer que o título que eu escolhi para este e-mail imaginário deve ser lido como sete PONTO zero! Sim, porque o único cantor e compositor que pode ostentar esta ousadia chama-se James Paul McCartney.

É, Macca... fiquei surpreso ao saber que, diante dos aniversariantes que completam 70 anos neste ano, o senhor é o que possui melhor aparência e disposição – há vários colegas da sua geração que não estão com essa bola toda, não... Porém, não creio que o segredo é apenas o fato de o Sir ser um vegan, mas principalmente pelo fato de que a música sempre foi a sua parceira mais constante, a sua eterna terapia e sua companheira mais fiel... para alegria deste blogueiro amador e a de outros bilhões de pessoas, evidentemente!

Minha capa de disco predileta de Sir Paul: Paul is Live (1993)
Essa tal de D. Música sempre esteve presente na sua vida desde quando o Sr. Jim McCartney, seu pai, te incentivava a ser um trompetista de forma que o sofrimento em relação à morte de D. Mary, sua mãe, se esvaísse mais rápido. Sábia decisão do bom velhinho, Macca! A ele devemos agradecer não só por ter te trazido ao mundo, mas também por ter te incentivado a ser um dos maiores artistas da canção de todos os tempos.


Ah, mas tem mais gente a quem eu também devo agradecer... tem aquele menino que você conheceu por volta dos seus 11 anos de idade quando você estudava no Liverpool Institute. O nome do rapazinho? George Harrison. Tempos depois, você teve que convencer o John Lennon a aceitá-lo como integrante da banda que vocês estavam reformulando. Seu argumento deve ter sido excelente, pois o Lennon (mais velho que vocês) não queria aceitar um pirralho como mais um dos Quarrymen. Tempos depois, vocês iam ganhar o red-light district de Hamburgo, o Cavern Club e o resto do planeta como The Beatles. E olha que havia pessoas que te diziam que Rock ‘n’ Roll era uma moda passageira! E ninguém iria imaginar que você seria considerado como o maior compositor de todos os tempos, o que mais fatura em vendas de ingressos por ano de turnê e, mais importante de tudo: que você teria o poder de encantar gerações e mais gerações com a sua arte de fazer versos e sons! Harrison, Lennon, Ringo Starr e George Martin: muito obrigado pelos serviços prestados à música e ao Universo Pop, ok?
O canhoto mais ilustre do Rock 'n' Roll

Pois é, Macca... só que existe algo que eu tenho que te confessar e vai ser por aqui mesmo! Gosto muito, mas muuuuito mais da sua fase Wings do que sua fase Beatles! Fazer uma banda ao lado de sua esposa Linda e do fiel escudeiro Denny Laine, enfrentar a estrada com o ônus de ser um integrante da maior banda de todos os tempos, compor trilha para filme de James Bond e, ainda por cima, enfrentar todas as provações de um iniciante foi um ato de muita coragem. Wild Life, Red Rose Speedway, Band On The Run, Venus & Mars, Wings At The Speed of Sound, Wings Over America, London Town, Wings Greatest e Back To The Egg foram álbuns que te consolidaram como um frontman respeitável e te obrigam a escolher clássicos desta época para todo show. Se em todo show você não pode deixar tocar clássicos dos Fab Four como “Hey Jude”, “Let It Be”, “Yesterday” ou “The Long & Winding Road”, há clássicos dos Wings que não podem deixar de ser esquecidos como “Live & Let Die”, “Jet”, “Band On The Run”, “My Love” e “Silly Love Songs”.
Macca na época em que se faziam milagres no Abbey Road studios...

O que eu acho também mais fascinante na sua trajetória, Macca, é que você atravessou os 1980s, os 1990s e os 2000s com muita dignidade. De McCartney II (1980) a Kisses On The Bottom (2012), você simplesmente não aderiu a modismos passageiros e se manteve musicalmente coeso e fazendo canções brilhantes. Diana Krall, Eric Clapton, Youth, George Martin, Stevie Wonder, Michael Jackson, Ringo Starr, Jeff Lynne, Steve Miller, David Gilmour e seu único filho James foram alguns parceiros novos e já conhecidos que se juntaram a você e a sua amada música. Linda McCartney, sua parceira na música e na vida, infelizmente nos deixou em 1997, morta por câncer. É uma pena que sua melhor fotógrafa tenha nos deixado tão cedo, Paul. E você me levou às lágrimas dentro de um estádio repleto de gente em um show que você fez em São Paulo, em 2010, quando dedicou “My Love” à “sua gatinha Linda”. Ainda bem que sua parceira-mor, a música, diminui o sofrimento de nossa saudade com canções lindas que você dedicou aos amigos que não estão mais entre nós: John, George, Mary McCartney (sua querida mãe) e tantos outros que não estão mais neste plano...
Paul & Linda
         Creio que não é preciso explicar que a maior emoção de minhas retinas um tanto fatigadas se deu antes, durante e depois um show seu. Quando descobri (depois de tentar – em vão! – conseguir ingressos para te ver) que ainda havia entradas à venda para uma das duas noites de sua disputadérrima Up & Coming Tour em São Paulo, não resolvi pensar duas vezes antes de voar baixo para a bilheteria do Estádio do Morumbi e tentar a sorte de ter ver em ação bem pertinho por algumas horas. Você conseguiu a magia de virar a cidade mais workaholic da América Latina de cabeça para baixo em plena segunda-feira! Reuniu pessoas das mais diversas idades em um único lugar. E conquistou novos fãs que mal sabem falar inglês (isto eu presenciei!). Debaixo de uma chuva torrencial de um verão que já se anunciava, você conseguiu reunir milhares de pessoas em um Morumbi castigado pela chuva, por odiosos flanelinhas e por engarrafamentos monstruosos... E o Sir resolve abrir seu segundo show na Terra da Garoa com “Magical Mystery Tour” para minha total surpresa e espanto! Com estes acordes, iniciava-se a noite mais emocionante de toda a minha vida...   

Definitivamente, a vida sorriu para ti, Macca! 60 discos de ouro, 100 milhões de álbuns vendidos, 32 singles no 1.º lugar da Billboard, 2.200 versões de “Yesterday”, uma fortuna avaliada em cerca de 500 milhões de libras e várias causas nobres defendidas ardorosamente. Seu faro musical sempre foi certeiro, afinal nenhum de nós se cansou das tais “canções tolas de amor” que você escreveu para embalar o mundo inteiro. Ao contrário do que Lennon acreditava, não existe absolutamente nada de errado com isto.

Que você possa encher o mundo com várias das suas Silly Love Songs, Sir Paul! Por outros 70 anos e por toda a eternidade! Happy Birthday to you!!!

Com muito amor do fã brasileiro,

Vinil
Aí está a prova de que segundas-feiras podem ser mágicas para todo o sempre: esta foto foi tirada após
o show de Paul McCartney no Estádio do Morumbi em 21 de Novembro de 2010.
Esta noite mudou a minha vida e a de muitos outros que são fãs deste Gênio!



THREE Macca's TOP 10s:
 

The Beatles


1.    Let it Be
2.    Magical Mystery Tour
3.    Drive My Car
4.    Hello Goodbye
5.    Hey Jude
6.    Get Back
7.    The Long & Winding Road
8.    Martha My Dear

9.    Michelle
10.Blackbird



Wings

1.    Silly Love Songs 
2.    Live and Let Die
3.    Jet
4.    Mary Had A Little Lamb
5.    Goodnight Tonight
6.    Let 'em In
7.    Band On The Run
8.    Mamunia
9.    My Love

    10. Another Day



Solo

1. Every Night

2. Uncle Albert / Admiral Halsey

3. Coming Up

4. Take It Away

5. Ebony & Ivory

6. No More Lonely Nights

7. Hope of Deliverance

8. Beautiful Night

9. Ever Present Past

10.My Valentine