TO
SIR, WITH LOVE?!
“Educação é aquilo que a maior
parte das pessoas recebe, muitos transmitem e poucos possuem.”
Karl Kraus
An apple for the teacher? Ok, you can give me a break!!! |
Escrevo em permanente estado de crise. Não porque
escrever neste Blog é um tormento (pelo contrário: é um prazer
indescritível!), digo isto porque escrevo em condições adversas: intervalos de
aula, nas madrugadas, nos horários de almoço, no transporte público e em outras
“brechas” que o meu horário apertado de Professor me permite.
Resolvi fazer estas Trovas
de Vinil por algumas razões pessoais e intransferíveis: 1) Para
exercitar o talento de jornalista frustrado e não consumado que possuo; 2) Para
tratar do assunto que mais curto neste universo – MÚSICA; 3) Para achar uma
espécie de alento para as minhas crises de ira, angústia, ansiedade e depressão
– leia-se: para me divertir um bocado! 4) Para esquecer um pouco do meu lado “Professor”
– por mais difícil que isto possa me parecer...
“And I just can't pore my heart out
To another living thing
I'm a whisper, I'm a shadow
But I'm standing up to sing”
(Out of Tears – Mick Jagger / Keith Richards)
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Sempre nutri um amor perceptível pela escrita – desde os tempos da
escola, creio. Já dei início a alguns blogs
e nunca os levei adiante por falta de inatividade e pela quantidade gigantesca
de coisas que eu tinha para fazer. Em outras palavras, por falta de tempo, por
imaturidade minha e/ou da proposta do que se escrevia. Por outras razões que
desconheço e/ou não quero lembrar. Devo confessar que tenho um gosto imenso por
coisas “menos nobres” intelectualmente: adoro ler crônicas (nada contra os
grandes poetas ou romancistas, ok?) e peças teatrais, gêneros literários tidos
como mais fáceis de compreensão (a tal da fruição
que o Roland Barthes sempre fala...). E claro: adoro ler as entrelinhas do que as
“mãos sujas do sangue das canções” nos escondem. Estes são os meios que
encontrei para ficar mais próximo da arte cultivada por mestres como Drummond,
Nelson Rodrigues, Machado, Clarice e outros. Fazer o quê? Tal qual o seu
Carlos, eu também resolvi ser gauche
(torto) na vida...
Tal qual Virginia Woolf, artista pela
tenho profunda admiração por tudo que fez em vida e obra, escrevo/leio/penso/crio
várias coisas ao mesmo tempo. Minhas bolsas estão sempre repletas de coisas
para descobrir, para fazer, para compreender, etc. Falta de foco? Talvez! Vontade
de descobrir o mundo inteiro em um dia e não conseguir? Creio que sim! Necessidade
de escrever para tentar curar um mal oculto que persiste e insiste? Com
certeza! Organização? Não, de jeito nenhum! Minha percepção de mundo é tão
desorganizada e caótica, que nenhum dia que abarcasse algo além de 24 horas seria suficiente para
que eu conseguisse impor uma ordem para este caos que deram o nome de Vinícius.
Oi, meu nome é Vinícius, mas você também pode me chamar de CAOS! |
Escrevo Trovas de Vinil em um quase estado de emergência, de procura
por mim mesmo e das coisas do mundo, de uma possível cura, de uma vontade de
reunir coisas e pessoas das quais eu gosto. Escrevo em busca de respostas, de
perguntas, de anseios reunidos e de desabafos necessários como este que publico
hoje! Fico muito triste quando não consigo reunir forças para escrever aqui,
pois me falta a técnica de concisão, rapidez e eficiência que todo bom
jornalista tem. Gostaria de ser mais direto e reto nas coisas que escrevo – ao
contrário de muitos blogueiro profissionais e tarimbados no assunto... É por
esta razão que me considero um blogger
amador: não só porque ainda me falta o talento necessário, mas por falta de tempo
e dedicação e, principalmente, pela necessidade
de não escrever qualquer coisa – Sim, detesto parecer fútil ou comum! Afinal de
contas, como diria Caetano Veloso, as prateleiras e a chamada World Wide Web estão repletas de confusões
pensadas, ditas e declaradas, não é?
2012 foi um dos anos mais revolucionários que eu vivi (e ainda estamos
em Setembro, hein?). Além de criar este blog,
aprendi coisas novas, decidi trilhar caminhos profissionais que antes abominava,
abracei uma nova oportunidade que jamais pensei que apareceria depois de 11
anos trabalhando em sala de aula. Feliz? Sim! Exausto? Sim, porque mudar, por não ser tarefa fácil, requer
tempo, dedicação e um preço alto a pagar! Alguns me amaldiçoa(ra)m pelas minhas
escolhas, outros ficaram na torcida, poucos me deram apoio incondicional e
vários ficaram pelo caminho... Ao grupo dos medíocres, vai o meu agradecimento,
pois as adversidades sempre contribuem para o nosso crescimento! Ao pessoal da
torcida agradeço o carinho e o coleguismo; Aos que ficam pelo caminho, deixo
minhas saudades, faço a promessa de manter contato e renovo a esperança do
reencontro em situações / momentos menos adversos. Aos que me ofereceram apoio
incansável e incondicional especialmente nos momentos mais recentes, dou a
garantia do meu amor e da minha eterna gratidão.
“The time has come
For closing books And long last looks must end And as I leave I know that I am leaving my best friend A friend who taught me right from wrong And weak from strong That's hard to learn What, what can I give you in return?”
(To Sir With Love - Don Black / Mark London)
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Ser professor e blogueiro nas horas vagas (além de outras atribuições, evidentemente!) é algo um tanto difícil se você quer fazer as coisas direito. Primeiro porque vivemos em um tempo no qual os profissionais do ensino (Professores, Teachers, Instrutores de Ensino, Mestres ou Doutores, ou seja qual for o nome que esteja em mente...) são itens desvalorizados, burocratizados e, vez por outra – dependendo da necessidade do empregador e/ou ins-ti-tui-ção –, substituíveis (Yes, nós também somos descartáveis como copinhos plásticos de acordo com a vontade de quem dá as cartas do jogo!)... No entanto, apesar de não ter me formado jornalista como eu sempre sonhei desde os meus 13 anos de idade, tenho bastante orgulho de ter me tornado em um Professor de Línguas (e suas respectivas Literaturas, por gentileza!). Assim, eu me sinto mais capaz de defender algumas causas perdidas do dia-a-dia nos espaços real e virtual. Faço das palavras minhas armas, da linguagem minha trincheira, do amor que sinto pelas pessoas e pelas coisas meu combustível e deste Blog meu palanque de letras, sons e imagens. Apesar da falta de sentimento que reina por este mundo afora, eu “sou amor da cabeça aos pés”! E outros também são, por isso “não se assuste, pessoa / se eu te disser que a vida é boa”... Por isso, segue o conselho: veja os vídeos, leia o pouco que tenho a dizer e sinta a música, pois é por ela que muitos de nós temos razão de existir...
“Não se assuste pessoa
Se eu lhe disser que a vida é boa Não se assuste pessoa Se eu lhe disser que a vida é boa Enquanto eles se batem Dê um rolê e você vai ouvir Apenas quem já dizia Eu não tenho nada antes de você ser eu sou... Eu sou, eu sou, eu sou amor Da cabeça aos pés Eu sou, eu sou, eu sou amor Da cabeça aos pés E só tô beijando o rosto de quem dá valor Pra quem vale mais o gosto do que cem mil réis Eu sou, eu sou, eu sou amor Da cabeça aos pés Eu sou, eu sou, eu sou amor” Da cabeça aos pés”
(Dê um Rolê - Morais / Galvão)
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